O que eu faço na Noruega – ou eu não sei flanar

Com aproximadamente 250 mil habitantes você pode imaginar que não tem muita coisa para fazer aqui em Bergen. Principalmente se você comparar com o Rio, que quase nunca tem nada pra fazer mas tem um pouco mais de seis milhões de pessoas.  Não sei se eu é que sou nova por aqui, mas sempre tem algo pra fazer, alguma festa, show, evento além de bares e restaurantes… e por aí vai.

Mas, o que eu faço aqui? Fim de semana a gente vai tomar uma cerveja, as vezes assistimos a um show ou passeamos em algum lugar que a gente não conheça. Agora, durante a semana, é bem diferente.

Confesso que sou bem dependente de pessoas pra fazer coisas e sempre justifico isso dizendo que gosto de dividir reações e opiniões. Como ir no cinema sozinha: não chega nem perto de ir no cinema acompanhada. Um segunda pessoa, ou mais, é bom pra dividir a pipoca, fazer piadas internas, reclamar das outras pessoas que estão falando, comentar sobre o filme antes, durante e depois dos filme. É tão mais legal! Já, já fui sim no cinema sozinha e não foi deprimente, mas foi como se eu não tivesse ido, ninguém vai saber.

Então, durante a semana, principalmente agora que estou de férias do curso de Norueguês, quase não saio de casa. Eu saio quando tenho que comprar algo ou vou na casa da minha amiga estudar, mas não é tipo “vou passear pela cidade sem nada pra fazer e descobrir novos lugares”. Eu não sei fazer isso. Eu não sei flanar.

É lindo quando vemos nos filmes, ou lemos nos livros, pessoas chiques que sentam em cafeterias, tomam um café curto e fumam um cigarro numa mesinha redonda em frente a vitrine e o observam o mundo rodar lá fora. Ou, quando nos filmes do Woddy Allen, os personagens passeiam pela cidade parando a cada lojinha ou simplesmente, sentados no banco da praça,  admiram as particularidades dos transeuntes. Gente, não dá! Depois que o café acabou não tem mais nada pra fazer, pega a bolsa, paga a conta e vai embora. E quanto tempo podemos ficar zazando pela rua sem fazer nada, sem nenhum objetivo? Eu pelo menos não muito tempo.

Antes que eu pareça uma chata, não acho ruim quem gosta de flanar, acho que é uma arte,  mas eu realmente não consigo. Sou muito ansiosa, com muita coisa na cabeça pra conseguir ficar parada num lugar. Realmente admiro quem faz isso porque nesse tempo você se permite conhecer a cidade, lugares novos, e aprende a ficar com você mesmo.

Por isso, pensei muito sobre isso, e achei que poderia ser bem interessante fazer um experimento: pelo menos uma vez por semana ir num lugar diferente, tipo um café, ou um restaurante, e até mesmo no cinema, e depois escrever sobre o lugar e sobre a experiência.

Como escolher os lugares? Achei que a melhor maneira seria através do aplicativo Foursquare. Lá vão ter várias sugestões de diferentes lugares e a ideia é começar pelos cafés mais bem votados. Sentar, pedir um café e fazer um review do local e do que tem ao redor.

Vai ser um bom jeito de conhecer a cidade sozinha, e mais ainda, vai ser uma ótima maneira de manter vocês atualizados sobre o que tem que legal pra fazer por aqui. Esperem até o fim da semana eu vou ter um novo post pra vocês!

Ha det! (bye bye em norueguês – pronuncia-se “ra da” como ra, em rato e da, em dado)

14 comentários sobre “O que eu faço na Noruega – ou eu não sei flanar

  1. anatrendytwins disse:

    Oi, Gabriela, tudo bem? O Marcus me mostrou o seu blog. Passei um tempo fora, e uma coisa que me ajudou muito a preencher os dias foi fazer um blog sobre a viagem, descobrir a cidade sozinha, tirar fotos de tu-do, e dividir a experiência. 🙂 Sobre flanar, é uma coisa que adoro fazer! E acho muito difícil fazer bem estando acompanhada, porque duas (ou mais) pessoas nunca estão na mesma vibe. O que pode te fazer curtir esses momentos sozinha é se imaginar uma exploradora mesmo, e usar o tempo pra observar os arredores, tirar fotos do que achar interessante, fazer anotações pros seus posts. Com uma câmera e um bloquinho você estará sempre em boa companhia! Um beijo

    • Oi Ana, gostei da ideia de ser exploradora, mas sou bem tímida e um pouco insegura, e pensar em explorar gera muitos poréns. Mas acho importante me jogar nesse lado, de arriscar, de buscar novas coisas e até mesmo para me ajudar a conectar mais com as pessoas e com os lugares. A câmera já esta sempro comigo, vou adotar o bloquinho e acho que isso pode incrementar meus assuntos. Obrigada pelo comentário, adorei! 🙂 beijos

  2. Marcela Freixo disse:

    Oi Gabi!

    Me identifiquei muito com o seu post! To passando pela mesma coisa aqui em Houston e a maior parte do tempo eu fico em casa mesmo pq também nao tenho essa alma de exploradora… Mas curti essa sua ideia de visitar um lugar novo uma vez por semana! Quem sabe coloco em prática por aqui também! 😉

    Beijos!!!

    • Marcela! faz isso também, escolhe uns lugares através do FourSquare, toma um café ou o que tiver vontade. mas acho que pra contar devemos ficar pelo menos meia hora contados após que o pedido chegar. Depois me conta 🙂 beijos!!

  3. Boulinha disse:

    Gabi, nada como estar num lugar diferente pra se reinventar. Hein hein? 🙂
    A dica da sua amiga, do bloquinho, foi muito boa.
    Quando eu tava sozinha na Itália, a maquina e os guias me ocupavam. Se eu ficava com vergonha nos restaurantes, eu sempre começava a ler os guias. Hehehe A idéia do bloquinho seria ótima, porque eu sempre esqueço dos detalhes e os lugares que fui. Vou te contar a minha 1a noite, no email que ainda nao respondi, você vai rir de mim.
    Mas ó, a gente implora, nao deixa de explorar sozinha ou acompanhada, pra contar depois! Beijos,

  4. Romario disse:

    Ola!
    Eu sou muito bom nessa arte, Lá arte de far nitente!
    Gosto de ficar comigo mesmo, mas foi gosto conquistado mesmo, demorei um pouco, mas gosto de tomar um café e ficar vendo a paisagem.
    Comecei com o cinema e o maior combo de pipocas e afins…

    Bjuuusss

Deixar mensagem para gabrielapassos Cancelar resposta