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O dia mais feliz da minha vida.

E como eu vim morar com um norueguês na Noruega, uma das exigências do meu pai era que nós nos casássemos antes de virmos, precisávamos casar oficialmente (já moravamos juntos fazia dois anos) para facilitar o processo de imigração. E esse dia foi um dos mais felizes da minha vida. Não porque estávamos casando, não porque esse dia simbolizaria o início da nossa família e muito menos porque estávamos formalizando nossa promessa de amor eterno. Tudo isso já existia e acredito que todos nossos amigos e familiares já sabiam disso. Vou tentar explicar porque esse dia foi tão especial.

Bjørn arrumou um trabalho na Noruega, yada yada yada, e em dois meses a gente estava com quatro malas e cuia dentro do avião. Nesses 60 dias tivemos que correr contra o tempo para juntar um monte papelada, e dinheiro, para dar entrar com o pedido de casamento no cartório. Confesso que fiquei muito frustrada com a forma que tudo estava acontecendo. Te dou um dado? 73% das mulheres sonham com sua festa de casamento. Dentre essas, 93% sonham com a festa de casamento desde o dia em que foram, de fato, pedidas em casamento. Eu, fazendo parte dessa estatística, já tive pensado e repensando aonde queria me casar, quem eu ia convidar, como ia ser meu vestido, a decoração… Com apenas dois meses pra planejar, eu sabia que não ia poder ter nada disso. Pelo tempo e pelo dinheiro. Precisávamos pagar rescisão de contrato de aluguel, passagens de avião, o casamento no cartório, inúmeros documentos que precisavam ser traduzidos oficialmente… qualquer gasto extra era impensável. Até a lua de mel seria adiada.

O que eu ainda não contei, eu acho, é que o noivo já estava na Noruega, e que ia voltar só por dois motivos:  1) claro, pra casar comigo; 2) Para o casamento do irmão dele, no qual seríamos padrinho e madrinha. Com pouco tempo de trabalho, ele não poderia tirar muitos dias de folga pra vir fazer tudo isso. Ou seja, ele chegava na quinta a noite, assinaríamos os papéis no cartório na sexta de manhã e no sábado seria o casamento do irmão dele e, finalmente domingo, embarcaríamos rumo à Escandinávia.

Teimosa e orgulhosa como sou, decidi que então não teria nada também. Não dava pra ser do jeito que eu queria comemorar, então Bjørn ia ficar me devendo um festa bem linda depois, com todos os meus amigos, um vestido bem caro e tudo mais que eu quisesse. Com latas atrás do carro e lua de mel!

E assim começa a história do dia mais feliz da minha vida.

Minhas super amigas com visão além do alcance, me encurralaram num canto e decidiram que iam fazer alguma coisa pra gente e para eu para com essa babaquice bobeira de não querer ter festa. Afinal de contas elas também queriam se despedir da gente e de participar desse dia.

Foram necessárias algumas sessões de terapia até eu aceitar que eu ia ter uma festa de casamento, que não seria do jeito que eu tanto sonhei, e que eu não ia poder fazer nada do jeito que eu queria… depois de muito espernear eu aceitei no meu coração.

E foi lindo. Todo mundo ajudou, cada um fez um pouco aqui e um pouco ali e ficou igual aqueles casamentos em casa que você vê nas revistas. E foi assim que eu me senti: como se meu casamento tivesse saído da revista. Eu adoro dizer isso, mas é verdade, veio gente do mundo todo. Veio até gente da África. E acho que chorei mais quando vi um dos meu melhores amigos ali na porta do cartório, vindo diretamente de Nova York, só pro casamento do que de fato no casamento. E a festa durou oito horas: teve cerimônia, teve flores, teve buquet, teve bolo, teve lembrancinha, teve Paçoquita, teve Polaroid, teve garçom que também era cinegrafista e filmou a cerimônia… mas não, infelizmente não pude chamar todo mundo que eu queria, mas de alguma forma, foi tudo… PERFEITO.

Antes que eu fique mil horas falando de como tudo foi lindo e maravilhoso, tem uma pequena amostra aqui.


Since I was coming to live with a Norwegian in Norway, we needed to officially marry (because we were already living together for the past two years) for the immigration process. And that day was one of the happiest of my life. Not because we were getting married, not because that day symbolizes the beginning of our family and a lot less because we were formalizing our promise of eternal love. All this was already there and I believe that all our friends and family knew that. I’ll try to explain why this day was so special.

Bjørn got a job in Norway, yada yada yada, and in two months we were inside the aircraft. In those 60 days we had to race against time to put together a lot paperwork, and money, really get married. I confess I was very frustrated with how everything was happening. Scientific research says that 73% of women dream about their wedding party. Among these, 93% dream of a wedding party since the day they were in fact proposed. I wasn’t any different. I had been thinking about where I wanted to marry, who I was going to invite, how would be my dress, the decor … With only two months ahead to plan, I knew it would not be able to have any of that. We had to save money because of the moving … any extra expense was unthinkable. Even the honeymoon would be delayed.

What I have not told you is that the groom was already in Norway, and would return only for two reasons: to marry me and for his brother’s wedding, which we would be godparents. Being new at work, he could not take many days off. So he arrived Thursday night, we would sing the papers on Friday morning and on Saturday was the brother’s wedding and finally, Sunday  we would fly towards Scandinavia.

Stubborn and proud as I am, I decided that I should not have anything. If it could not be the way I wanted to celebrate, then it wouldn’t. Bjørn would owe me a very beautiful party later with all my friends, a very expensive dress and everything else I wanted. With cans behind the car and a honeymoon!

And so begins the story of the happiest day of my life.

My super friends, cornered me and decided they were going to do something for us and it was for me to stop being silly about  not wanting to have a party. After all, they also wanted to say goodbye and be part of that day.

Few sessions of therapy were necessary until I accept that I was going to have a wedding party, and it would not be the way I dreamed so much about, and I was not going to do anything the way I wanted.

And it was beautiful. Amazing. Everyone helped, everyone helped a little here and a little there and it looked like those weddings at home you see in magazines. And that was how I felt: as if my marriage was on the magazine. I love to say it, because it’s true, people came from all over the world. There were people coming from Africa. And I think I cried more when I saw one of my best friends, coming directly from New York just for the wedding than the actual marriage. And the party lasted eight hours: it had a ceremony, flowers, a bouquet, cake, souvenirs, Paçoquita, Polaroid, and a waiter who was also a videomaker and filmed the ceremony … but no, unfortunately, I could not invite everyone I wanted, but somehow, everything was … PERFECT.

Enought with the writing, here it is small sample here.